terça-feira, 24 de junho de 2014

20 de Junho - Comemorado dia de Xangô: São João sincretizado

       Na umbanda, em muitas casas, São João Batista (Judéia, 2 a.C. - 27 d.C.) vem na força de Xangô. João era valoroso pregador, amigo da justiça e da verdade. Operário, é ele o símbolo rude da verdade. Exprimindo a austera disciplina que antecede a espontaneidade, João é o primeiro sinal do cristão ativo, em guerra com as próprias imperfeições do seu mundo interior, a fim de estabelecer com Jesus, o santuário de sua realização.
       Chamado o Batista porque, por ele, o povo era batizado no rio Jordão, confessando os seus pecados. João Batista e Jesus Nazareno eram primos em segundo grau, porque Maria e Isabel, mães de Jesus e João, eram primas. Diz-se que Jesus e João eram muito amigos e sempre andavam juntos, com pouca diferença de idade (João era mais velho). João é o precursor, ou seja, o preparador do caminho para Jesus. Aquele que O batizou nas águas do rio Jordão. De extrema força interior, representa Xangô na parte da justiça, da verdade e da disciplina na luta contra as baixas emoções.


       Na imagem de Xangô com o leão, o leão significa todas as nossas paixões contidas, domadas.
A festa de São João é uma das celebrações dentro das festas juninas que acontece em vários países historicamente relacionadas com a festa pagã do solstício de verão, que era celebrada no dia 24 de junho.
       Xangô é sincretizado com São Pedro e São João Batista, cujo poder se manifesta na pedreira, é o Senhor da justiça. Seu símbolo é o machado de duas faces, significando que o machado tanto protege seus filhos das injustiças como os pune quando as cometem, bem como a estrela de 6 pontas cujo símbolo é em si o poder equilibrador do universo.


       Comemorado no dia 24 de junho São João é um dos santos das festas juninas. De origem europeia, as fogueiras juninas fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Ainda hoje, a fogueira de São João é o traço comum que une todas as festas de São João europeias (da Estônia a Portugal, da Finlândia à França). Uma lenda católica cristianizando a fogueira pagã estival afirma que o antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha suas raízes em um acordo feito pelas primas Maria e Isabel.

Festa de São João
Fogueira de São João, comemorado em 24 de junho

       Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira sobre um monte. João Batista foi um pregador judeu, do início do século I, citado pelo historiador Flávio Josefo e os autores dos quatro Evangelhos da Bíblia. Segundo a narração do Evangelho de São Lucas, João Batista era filho do sacerdote Zacarias e Isabel (ou Elizabete), prima de Maria, mãe de Jesus.
       Foi profeta e considerado pelos cristãos como o precursor do prometido Messias, Jesus Cristo. Batizou muitos judeus, incluindo Jesus, no rio Jordão, e introduziu o batismo de gentios nos rituais de conversão judaicos, que mais tarde foram adotados pelo cristianismo. São João juntamente com Santo Antônio são os santos comemorados nas festas juninas.


Fonte:  Wikipédia | São João Batista na Umbanda

quarta-feira, 11 de junho de 2014

13 de Junho - Comemoração de Santo Antônio: Exu no sincretismo


      Dia 13 de junho é comemorado o dia de Santo Antônio, no calendário cristão. Reza que Santo Antônio é Santo Casamenteiro, já que ele entende os problemas sentimentais e materiais do ser humano, assim como Exus.  Para ambos o matrimônio sela um compromisso de continuidade dos homens por meio da família, portanto, aconteceu esse sincretismo.


                            O símbolo deste orixá é o falo, órgão sexual masculino, representando a fertilidade

       Exu é o movimento, a dinâmica da vida , promovendo a intercessão entre Criador e criaturas (comunicação) e a perpetuação dos seres (reprodução).   Suas características são: controvérsias, provocador, brincalhão, astuto, sensual, muitos o associam ao satanás.
       Por ferir a moral cristã, a Umbanda o aculturou como divindade em que se cultuam apenas espíritos homônimos de características analógicas.  
       O Exu é o orixá de ligação entre os homens e os outros orixás. Fato que o coloca próximo dos homens quase como uma cumplicidade, fazendo parte de suas vidas, desejos, ambições, sonhos, alegrias, tristeza etc. Por essa proximidade é chamado de compadre. No sincretismo judaico cristão, Exu foi associado com a imagem de Santo Antônio, sendo Exu o próprio sentido da vida, da criação, do bem viver.


SINCRETISMO

       Durante o período da Escravatura no Brasil, nas senzalas, para poderem cultuar os seus Orixás, Inkices e Voduns, os negros foram obrigados a usar como camuflagem altares com as imagens de santos católicos, cujas características melhor correspondiam às suas Divindades Africanas, e por baixo desses altares escondiam os assentamentos dos Orixás, dando assim origem ao chamado Sincretismo. 
       Mesmo usando imagens e crucifixos, os seus cultos e rituais inspiravam perseguições por parte das autoridades e pela Igreja, que viam o Candomblé como paganismo e bruxaria. Sabe-se hoje, segundo alguns pesquisadores, que este sincretismo já teria começado em África, induzido pelos próprios missionários para facilitar a conversão dos indígenas.
       Conhecendo as característica e atributos de cada Orixá, e conhecendo também os santos católicos, facilmente perceberá as razões que levaram ao Sincretismo ou correspondência de cada Orixá com um determinado santo católico.  

       Abaixo outros exemplos do Sincretismo entre Catolicismo e Religiões de matriz africana:


Fontes:
Candomblé - Sincretismo
Santo Antônio - Exú Bará


Artigo sobre intolerância religiosa aprofundado no Colonialismo

       Em decorrência da decisão do juiz acerca da Umbanda e do Candomblé por não considerá-las religiões, surgiu uma discussão densa sobre intolerância religiosa e protestos por todo o Brasil. No último dia 27 de maio de 2014, o Blog da Redação, do site Outras Palavras, que tem como mote a Educação e Cultura publicou um artigo intitulado "Como descolonizar o Brasil, no século XXI", de autoria de Luã Braga de Oliveira, que alfinetou na legenda:




     Decisão judicial que desprezou religiões africanas não é fato isolado. Para situá-la, é preciso examinar “colonialismo”, um processo cultural muito mais profundo que julgamos - LEIA MAIS

Religiosos da Umbanda e do Candomblé protestam em Brasília

      Integrantes da Umbanda e do Candomblé reuniram-se em protesto ontem, 10 de junho de 2014, em Brasília -DF, contra decisão judicial que negou pedido de retirada de vídeos com mensagem de intolerância religiosa do YouTube.

                                              Foto: ConexaoJornalismo.Com
 


      Confira o artigo publicado na revista Carta Capital, através do Coletivo Intervozes:

"Liberdade de expressão ou discurso de ódio?
Por Ana Cláudia Mielki*

      Religiosos do Candomblé e da Umbanda ocupam Brasília hoje para exigir respeito e tratamento digno às religiões de matriz africana. Vindos de várias regiões do País, o grupo denuncia a sistemática violação do direito de crença e liberdade das minorias religiosas.
      A mobilização foi motivada pelo repúdio à decisão do juiz titular da 17.ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Eugênio Rosa de Araújo, que negou o pedido de retirada de vídeos do YouTube com mensagens de intolerância contra religiões afro-brasileiras. Um dos vários episódios recentes trouxe à tona a discussão sobre o direito à liberdade de expressão. LEIA MAIS