domingo, 2 de novembro de 2014

2 de Novembro - Dia de Finados e de Omolu/Obaluaê

Em Agosto, mês de Omolu/Obaluaê fizemos um post sobre o sincretismo. Hoje, 2 de novembro é comemorado o Dia de Finados no Brasil e celebrado El Dia de Los Muertos, no México. Também é celebrado o dia de Omolu/Obaluaê que é o senhor das doenças, é o orixá da renovação dos espíritos, senhor dos mortos e regente dos cemitérios; considerado o campo santo entre o mundo material e o mundo espiritual.

O orixá é conhecido como Obaluaê no Candomblé, como Obaluaê na Umbanda, como Xapanã no Batuque. Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda, não devendo ser mencionado pois pode atrair a doença inesperadamente. Omolu/Obaluaê é filho de Nanã, irmão de Oxumarê e sua figura é cercada de mistérios. A Ele é atribuído o controle sobre todas as doenças, especialmente as epidêmicas. O poderoso orixá tem tanto o poder de causar a doença como pode possibilitar a cura do mesmo mal que criou.



O Culto a Omolu/Obaluaê


Todos os orixás tem uma erva correspondente para defumação

Tem como emblema o Xaxará (Sàsàrà), espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como “varre” as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta representação nos mostra sua ligação a terra.

A vestimenta de Omolu/Obaluaê é feita de ìko, é uma fibra de ráfia extraída do Igí-Ògòrò, a palha da costa , elemento de grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados a morte e o sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto.

É composta de duas partes o “Filá” e o “Azé“, a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha-da-costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam da cintura, o Azé , seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por baixo desta saia vai um Xokotô, espécie de calça, também chamado “cauçulú“, em que oculta o mistério da morte e do renascimento. Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a morte.


Fonte: Estudo Umbandista

sábado, 27 de setembro de 2014

São Cosme e São Damião, os Ibejis no sincretismo

                    Embora na religião católica a data dedicada aos santos seja 26, é no dia 27 que as homenagens tornam-se mais fortes com a incorporação dos festejos dos cultos afro-brasileiros, incorporados pelo sincretismo religioso.


                    Além de missas e procissões para louvar os santos católicos, que, por terem estudado medicina, são considerados padroeiros dos médicos, farmacêuticos e das faculdades de medicina, o caruru (de origem africana) é a comida oferecida como forma de pagamento das promessas feitas para alcançar graças com a ajuda dos “Santos Meninos”.  Como também são considerados protetores das crianças, faz parte das oferendas a distribuição de balas e outros doces que agradam em cheio à meninada.

                   Com o sincretismo, São Cosme e São Damião são equiparados aos Ibejis, divindades gêmeas que representam a infância no Candomblé (ibeji em iorubá significa gêmeos).  Venerados na tradição católica como santos adultos que praticaram a medicina, é como “santos meninos” que estão no imaginário popular e são louvados pela maioria dos devotos. (Clique na imagem para ampliar)



                    Caruru - Um dos pratos mais tradicionais da culinária baiana, o caruru ganha destaque durante o mês de setembro, especialmente no dia 27, dia de render graças a São Cosme e São Damião, os santos gêmeos muito populares e queridos entre os baianos. O “caruru de São Cosme e Damião” ou “caruru de Cosminho” é normalmente ofertado pelos que tiveram pedidos alcançados com a intercessão dos santos.  Não faltam relatos de fé e devoção.  Assim como não falta casa em que a iguaria seja servida nesta época, principalmente em Salvador e no Recôncavo.  Também não é difícil encontrar quem espera ansioso a chegada do mês de setembro para se deliciar com o caruru dos santos gêmeos. Pode ser para muitos convidados ou apenas para sete meninos, que representam Cosme, Damião e seus irmãos Dou, Alabá, Crispim, Crispiniano e Talabi.  Antes do dia 27, no dia ou mesmo depois dessa data, dar o caruru de São Cosme e Damião, como se costuma falar, é uma forma de agradecer aos santos.



Como oferenda, o prato, que tem como base quiabo, azeite de dendê, camarão seco, amendoim e castanha, é preparado de forma especial, entrando, para compor, além de arroz branco, feijão fradinho, feijão preto, vatapá, farofa de dendê e galinha de xinxim, milho branco, pipoca, banana da terra frita, rapadura, abóbora, inhame, cana, ovo em rodelas, acarajé e abará.  É o famoso caruru de preceito.


Fonte: Bahia

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Sétima caminhada pelo fim da intolerância religiosa reúne 1.500 pessoas em Copacabana

                   De acordo com a matéria do Jornal O Globo Online, de Eduardo Vanini, datada de 21 de setembro de 2014, mesmo debaixo de chuva, cerca de 1.500 pessoas participaram do evento, entre candomblecistas, umbandistas, espíritas, judeus, católicos, muçulmanos, evangélicos e outros. A Avenida Atlântica, em Copacabana, foi tomada por dezenas de cores e credos na tarde deste domingo, durante a Sétima Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa. Nos discursos, o tom era de cobrança por mais rigor no combate à intolerância religiosa que tem se manifestado na forma de ofensas e ataques a templos em todo o país, em especial aqueles que abrigam religiões de matriz africana.

Foto: Agência O Globo

                  Segundo a matéria, a notícia mais comemorada foi dada pelo Conselho de Igrejas Cristãs do Estado do Rio de Janeiro, que prometeu agir na reconstrução de terreiros destruídos no estado em função de ataques.
                 Interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) que promove a passeata, o babalawo Ivanir dos Santos enfatizou que o Brasil precisa tratar da mesma maneira todas as religiões e avançar no combate ao ódio religioso o quanto antes.

23 de Setembro - Dia Municipal do Candomblé

Hoje Saquarema comemora o Dia Municipal das Nações do Candomblé, pela Lei n° 1.328 de 7 de fevereiro de 2014


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Infográfico sobre Intolerância Religiosa aponta o Candomblé com maior índice de vulnerabilidade

                 O infográfico publicado pelo Jornal O GLOBO de 28 de agosto de 2014 aponta o maior índice de intolerância religiosa para os adeptos do Cadomblé (10,53%). De acordo com o centro, foi a religião mais vulnerável à violação dos direitos.

          Este levantamento feito pela PUC-RJ, só comprova que a discriminação religiosa existe desde a época da Colonização quando nossos irmãos eram escravizados. 
Deveríamos levar essa questão para as salas de aula e fazer valer a Lei 10.639/03, que torna o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas públicas e particulares, do Ensino Fundamental até o Ensino Médio.
         Por exemplo, os professores devem ressaltar em sala de aula a cultura afro-brasileira, como constituinte e formadora da sociedade brasileira, a cultura, música, culinária, dança e as religiões de matrizes africanas.

Intolerância Religiosa na Escola


Menino de 12 anos teria sido barrado por
estar com guias de Candomblé no pescoço

           De acordo com o jornal O Dia Online, de 02 de setembro de 2014, na matéria de autoria de Vania Cunha e Athos Moura, um aluno da Rede Municipal de Ensino teve que trocar de escola depois de ter sido impedido de frequentar as aulas por usar guias de candomblé sob o uniforme. O menor, de 12 anos, adotou a religião há cerca de dois meses. Como parte de sua iniciação, tinha que usar as guias durante três meses. Mas, segundo sua família, a diretora teria proibido o menino de entrar na unidade. O menino já não ia à Escola Municipal Francisco Campos, no Grajaú, há mais de um mês. Isto ocorria, segundo afirma a mãe dele, Rita de Cássia, porque a diretora havia avisado que não permitiria a presença dele usando guias ou quaisquer outros trajes característicos do candomblé.
          No dia 25 de agosto, o menino tentou voltar a frequentar as aulas, mas teria sido impedido, segundo a família. Com as guias por baixo da camisa do uniforme, além de bermuda e boné brancos, ele teria sido proibido de entrar na escola. A alegação da diretora, segundo a família, foi de que o menino estava usando roupas fora do padrão adequado. (Foto: José Pedro Monteiro / Agência O Dia)


O estuda A mãe do estudante disse que tinha conhecimento apenas de que o uso da camisa com o logotipo da prefeitura seria obrigatório. Segundo Rita de Cássia, outros alunos usavam boné, bermudas e calças de outras cores, além de tênis coloridos no dia em que o filho foi barrado: “A diretora colocou a mão no peito do meu filho e disse que ele não entraria com as guias, que estavam por baixo da camisa”. 
             A diretora foi procurada pela reportagem, mas na escola informaram que o contato teria que ser feito com a Secretaria Municipal de Educação. A pasta limitou-se a explicar que a diretora, cujo nome não foi informado, alegou que houve um “mal entendido”. Tal fato aponta o grau de intolerância religiosa a despeito da cultura afro-brasileira em nossa sociedade. VEJA O INFOGRÁFICO.

Choro e constrangimento 

 O menino começou a frequentar outra escola municipal no Grajaú, sem ser incomodado por causa de suas guias e bermuda branca. A mãe afirma que ele ficou envergonhado e não quis mais estudar na antiga escola: ele se sentiu “julgado” pelos colegas e responsáveis que estavam no portão da escola quando foi proibido de entrar. 
Segundo a mãe, o menino chegou a ficar três dias com febre e chorou copiosamente. O pai de santo Rafael Aguiar contou que após ser iniciada no candomblé, a pessoa, além de não poder pegar sol, precisa usar roupas claras, tapar a cabeça e usar as guias por um período de três meses: “A religião tem o seu simbolismo e suas tradições, que precisam ser respeitadas”. (Colaboraram Gustavo Ribeiro e Maria Luísa Barros)
Sobre a repercussão do caso entre as autoridades, um pedido de desculpas oficial ao aluno foi feito ontem, dia 03 de setembro, para ajudar a restabelecer a fé na igualdade de crença do Estado.


Paes ainda lembrou que a sindicância foi aberta para reforçar a conduta da diretoria da escola e 

que no final serão tomadas as medidas cabíveis. (Foto: Angélica Fernandes / Agência O Dia)

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Afro Saqua realiza cerimônia de Olubajé no Rio Seco

          No último dia 24 de agosto, a Associação dos Cultos Afro Brasileiros de Saquarema (AfroSaqua) realizou em sua sede, no bairro de Rio Seco, o Olubajé, que é a festa anual em homenagem a Obaluayê / Omolu, onde as comidas são servidas na folha de mamona. Abaixo as fotos dessa festa ao grande Rei Omolu (Azunsu):

Momento onde é preparado o banquete
ao grande Rei Omolu/Obaluayê

 O Presidente da Afro Saqua, Sergio Araújo

 ao lado dos ogãs, no momento do toque

Celebração do Olubajé

Momento onde é servido o banquete ao grande Rei Omolu/Obaluayê


                          Agradecemos a presença da Mãe Alice, Mãe Adelia, Pai Thiago, Mãe Silvia, Mãe Márcia, Mãe Rose, Ogã Alberto e todos os irmãos de Nação que estiveram presentes na festa do grande Rei Omolu (Azunsu).

Presidente da Afro Saqua participa de Procissão em Louvor a Omolu (Azunsum)

O Presidente da AfroSaquá (Associação dos Cultos Afro Brasileiros de Saquarema), Sérgio Araújo esteve presente na procissão em louvor a Omolu (Azunsum), que aconteceu no último dia 17 de agosto, em Rocha Miranda, no Rio de Janeiro.

A seguir, fotos do encontro que reuniu muitos fiéis:
 Presidente da AfroSaquá 
(Associação dos Cultos Afro Brasileiros de Saquarema)

Sérgio Araújo, em dois cliques
durante a procissão em louvor a Omolu (Azunsum)

O Presidente da Afro Saqua Sergio Araújo, 
entre a esposa Mãe Nalva, filhos e amigos

Da esquerda para a direita: Mãe Flávia, Mãe Vera, 

Mãe Nalva, Ekdje Juliana e Ekdje Mariana


Momento da procissão em louvor a Omolu (Azunsum)

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Publicadas Leis que instituem o Dias Municipais do Candomblé e da Umbanda

               O Vereador Chico Peres (PSDB) criou dois Projetos de Lei , em 07 de Fevereiro de 2014,que dispõem sobre a regulamentação do Dia Municipal das Nações do Candomblé e do Dia Municipal da Umbanda, em Saquarema. A Lei entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2014, quando foi publicada no Jornal da Região, no Caderno Oficial, de acordo com a ilustração abaixo: 
                                                                                                                                                                                 




             Portanto, Dia 30 de setembro é comemorado o Dia das Nações do Candomblé, pela Lei 1.328, de 07 de fevereiro de 2014. Já o Dia da Umbanda é comemorado  em 15 de Novembro, pela Lei 1.329 de 07 de Fevereiro de 2014.

            Tendo em vista a intolerância religiosa  pela qual nos deparamos quando um Juiz Federal afirmou que Umbanda e Candomblé não são religiões e, tendo em vista a diversidade da identidade cultural de nosso município, as leis voltadas para o calendário religioso em nosso município são de grande importância, pois atestam que devemos ser respeitados, independente de credo, raça ou qualquer outro aspecto social. Agradecemos ao Vereador Chico Peres por apoiar nossa causa.


terça-feira, 12 de agosto de 2014

Agosto - Mês de Obaluaê / Omolu

No mês de agosto se comemora o orixá Omulu / Obaluaê. Omulu onde “omó”, em Yorubá, significa filho, menino. Esse orixá tem a propriedade de transformar a evolução humana. É um orixá fundamental em todos os Axés. Relaciona-se com todos os orixás, já que o elemento terra é a base de todos os outros três elementos da natureza: água, ar e o fogo, que nasce de dentro da terra.


Omolu/Obaluaê é o Orixá responsável, o regente das reencarnações, é a força divina que preside o desprendimento do espírito do corpo material sem vida, e, por conseguinte a força divina que liga o espírito no corpo material. Desta forma, no desencarne e no reencarne temos a força de Omolu/Obaluaê atuando em nós. Senhor das Almas, Omolu/Obaluaê têm regência no campo santo, ou seja, nos cemitérios, e também nos locais similares, isto é, nos locais onde culturalmente se depositam os mortos, como crematórios, mares, rios, cavernas, etc.

Omolu/Obaluaê também é conhecido como o médico dos pobres, uma vez que é o Orixá da peste e da cura da peste, é esta emanação de Deus que possibilita a transmutação de um estado doentio em um estado saudável, é nesta corrente divina que os espíritos podem trabalhar na busca de materialização e desmaterialização para a cura do corpo físico. Por ser o senhor da Morte, ele detém o poder da vida, e assim atua no mundo material também na cura das doenças.

Pelo sincretismo São Lázaro é equivalente a Obaluaê na Umbanda. Dentro da fé cristã, São Lázaro foi discípulo e amigo pessoal de Jesus. Era irmão de duas mulheres que se tornaram conhecidas pelos Evangelhos: Marta e de Maria. Lázaro vivia com sua família no vilarejo chamado Betânia, que ficava a menos de uma hora de caminhada de Jerusalém, em Israel. Jesus, em suas andanças missionárias, anunciando o Reino de Deus, sempre ia se hospedar na casa de Lázaro. O nome Lázaro vem do grego. Em hebraico seria Eleazar, e quer dizer "Deus ajudou".



         Lázaro era estimado e respeitado pela comunidade hebraica, pela origem nobre, honestidade e religiosidade da família. Foi um personagem especial na Bíblia, pois é a única pessoa por quem Jesus chora no Novo Testamento. Lázaro foi ressuscitado por Jesus após a sua morte, a pedido de Marta, sua irmã, que foi inabalável na fé. Lázaro já estava cheirando mal. Já fazia quatro dias que estava sepultado, quando Jesus chegou para chamar-lhe à vida novamente. Foi um dos maiores milagres de Jesus.

         Trata-se do último grande “sinal” realizado por Jesus, depois do qual os sumos sacerdotes decidiram matá-lo e decidiram também matar o próprio Lázaro, que era a prova viva da divindade de Cristo, Senhor da vida e vencedor da morte. Portanto, dentro desse sincretismo, o orixá Obaluaê está diretamente relacionado com a fertilidade da terra (prosperidade), sendo um orixá muito rico.

        Obaluaê também está ligado às doenças infecciosas que causam febre, doenças epidêmicas, às doenças de pele, e às doenças da gravidez. Omolu é o orixá que protege o homem dos efeitos maléficos causados pro todos estes processos. Filho de Oxalá e Nanã tem como símbolo o Xaxará, objeto que representa a imagem coletiva dos ancestrais.  Omolu é a simbologia do ventre fecundado e de todos os espíritos contidos na terra. Na Umbanda, Omolu e Obaluaê compartilham da mesma energia, sendo que o primeiro é conhecido como o mais velho e o segundo o mais novo.

Para as comemorações nos terreiros, geralmente é preparado um banquete e ritual com cânticos e atabaques, oferendas. No grande banquete são preparados vários tipos de comidas, que são colocadas em vasilhas de barro, servidas em folhas de mamona. Algumas casas de Candomblé se dedicam o mês inteiro de agosto para o orixá, onde toda a segunda-feira (dia consagrado ao Obaluaê) fazem suas rezas e louvor, pedindo proteção e agradecendo pela saúde e a vida.

Este Orixá tem como elemento o fogo e a terra, ou a terra flamejante, a lava. Pois ao mesmo tempo em que molda com a terra, destrói ou forja com o fogo. E por isto é o Senhor da Transformação. Para entendermos essa força transformadora, um bom meio é observarmos a pipoca.


A semente de milho de pipoca é dura, não serve para comermos, é feia, acanhada, mas basta colocarmos o fogo para transformarmos este semente dura, em um alimento rico, cheio de beleza. Ao estourar a pipoca simbolizamos a força transformadora de Omolu/Obaluaê. O poder de mudar de transformar algo que não tem serventia em algo que encanta. Não é por acaso que a pipoca é um dos pratos ofertados a este Orixá.

Fonte: Blog - Terreiro da Vó Benedita 
           Blog - Olhos D'Água D'Oxum
           Blog - Pai Tobias

sábado, 26 de julho de 2014

Avó de Jesus é sincretizada com a orixá Nanã


Pouco cultuada em alguns terreiros, a orixá Nanã é avó desde sempre, sendo sincretizada com Santa Ana, mãe de Maria, é homenageada em 26 de julho. Nanã é muito exigente na escolha de seus filhos. Na Umbanda são raros os homens que a têm como guia principal, mas não se pode dizer que não existam alguns. Não é, também, das figuras mais femininas, característica que empresta a suas filhas, e é conhecida como a mais velha das deusas das águas paradas, da lama e do barro. (Foto: Reprodução)


Nanã é homenageada em 26 de julho, dia de Santa Ana, mãe de Maria. Seus domínios, contudo, são locais onde a terra e a água se encontram como pequenos rios, lamaçais, ribeirões e mangues. Também locais tranquilos onde é possível repousar e exercitar a paciência.
A mãe de Omulu e Oxumaré é, ainda, responsável pelos portais do ciclo da vida: encarnação, desencarnação e reencarnação. Paciência e compreensão são características muito presentes nos filhos de Nanã, seguidas por perdão e tolerância típicos de uma avó muito carinhosa e cuidadora. Normalmente vivem em função de praticar o bem, preocupadas com o bem-estar da família e da comunidade.
Por ser firmemente uma avó, os filhos de Nanã costumam parecer mais velhos do que realmente são, e são conservadores por natureza, como se vivessem a vida de gerações anteriores ou sentissem saudade de um tempo passado que não é o seu.
Apesar de serem, por vezes, carinhosos em excesso, se tornam também ranzinzas, e exigem o respeito de forma incisiva. Basta imaginar uma avó que raramente puxa a orelha do neto, mas quando faz, faz com firmeza. A face ranzinza também aparece na preocupação com detalhes, na tendência a criticar tudo e todos e no pouco senso de humor, mantendo sempre o foco no que consideram ser o assunto mais importante.
Nanã é a paciência que vem com a experiência. Seus filhos dificilmente viriam à Terra para ainda aprenderem a ser assim, pois já vêm agraciados com a sabedoria da orixá. A seletividade de Nanã para seus filhos não é sem propósito e talvez um dos motivos de estes serem raros seja exatamente porque são raras as almas que já reencarnaram tantas vezes para adquirir tal sabedoria. Ouça os conselhos de Nanã e de seus filhos, pois podem trazer experiências valiosas de muitas vidas passadas.
http://www.raizesespirituais.com.br/caracteristicas-personalidade-filhos-orixa-nana/
SÃO JOAQUIM E SANT´ANA
Dia 26 de julho comemoramos o Dia de São Joaquim e Sant’Ana. Neste dia também comemoramos o dia dos Avós. Nada mais justo este dia destacar os avós de Jesus, pais de Nossa Senhora. Em Anápolis – GoiásSant´ANA é festejada nesta data.
Sobre a vida de Sant´Ana
Da vida da mãe de Maria Santíssima nada sabemos ao certo. Apenas a tradição cristã nos fornece alguns esclarecimentos a respeito de sua mãe, Sant’Ana, dados, cujo valor histórico não é possível apurar. Nem mesmo as Sagradas Escrituras nos diz algo, contudo, existe um livro venerável do século II do Cristianismo: Proto-Evangelho de São Tiago, que alcançou grande autoridade nas comunidades cristãs primitivas. É exatamente este livro que nos traz a mais antiga tradição sobre os pais de Nossa Senhora.
Diz a tradição antiqüíssima que Sant’Ana nasceu em Belém de Judá, tendo por pai, Mathan, sacerdote da tribo de Levi e da família de Araão; e por mãe, Maria, da tribo de Judá. Teve esse piedoso casal três filhas. A mais velha chamava-se Maria, como sua mãe, e veio a ser mais tarde esposa de Cleophas, de Sadoc e de Eli e foi mãe de Tiago Menor, Judas Tadeu, Simão e José, apóstolos ou discípulos de Cristo, que segundo o costume hebraico, se chama no Evangelho "irmãos do Senhor", quando de fato eram primos irmãos.
O Calendário Litúrgico da Igreja Romana comemora no dia 26 de julho a memória de São Joaquim e Sant’Ana. No entanto, o culto deles foi difundido na Igreja desde o século VI. Começou no Oriente e depois passou para a Igreja Romana. Neste caso, a devoção foi muito mais popular. Ela difundiu-se, sobretudo, nos povos nórdicos, onde o nome Ana é mais usado. Também no Brasil, o culto a Sant’Ana é muito conhecido. Antes, ela mereceu o título que só é reservado à sua Filha, isto é, Senhora Sant’Ana.

http://presentepravoce.wordpress.com/2009/07/21/a-avo-de-jesus-e-a-nossa-padroeira/

terça-feira, 24 de junho de 2014

20 de Junho - Comemorado dia de Xangô: São João sincretizado

       Na umbanda, em muitas casas, São João Batista (Judéia, 2 a.C. - 27 d.C.) vem na força de Xangô. João era valoroso pregador, amigo da justiça e da verdade. Operário, é ele o símbolo rude da verdade. Exprimindo a austera disciplina que antecede a espontaneidade, João é o primeiro sinal do cristão ativo, em guerra com as próprias imperfeições do seu mundo interior, a fim de estabelecer com Jesus, o santuário de sua realização.
       Chamado o Batista porque, por ele, o povo era batizado no rio Jordão, confessando os seus pecados. João Batista e Jesus Nazareno eram primos em segundo grau, porque Maria e Isabel, mães de Jesus e João, eram primas. Diz-se que Jesus e João eram muito amigos e sempre andavam juntos, com pouca diferença de idade (João era mais velho). João é o precursor, ou seja, o preparador do caminho para Jesus. Aquele que O batizou nas águas do rio Jordão. De extrema força interior, representa Xangô na parte da justiça, da verdade e da disciplina na luta contra as baixas emoções.


       Na imagem de Xangô com o leão, o leão significa todas as nossas paixões contidas, domadas.
A festa de São João é uma das celebrações dentro das festas juninas que acontece em vários países historicamente relacionadas com a festa pagã do solstício de verão, que era celebrada no dia 24 de junho.
       Xangô é sincretizado com São Pedro e São João Batista, cujo poder se manifesta na pedreira, é o Senhor da justiça. Seu símbolo é o machado de duas faces, significando que o machado tanto protege seus filhos das injustiças como os pune quando as cometem, bem como a estrela de 6 pontas cujo símbolo é em si o poder equilibrador do universo.


       Comemorado no dia 24 de junho São João é um dos santos das festas juninas. De origem europeia, as fogueiras juninas fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Ainda hoje, a fogueira de São João é o traço comum que une todas as festas de São João europeias (da Estônia a Portugal, da Finlândia à França). Uma lenda católica cristianizando a fogueira pagã estival afirma que o antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha suas raízes em um acordo feito pelas primas Maria e Isabel.

Festa de São João
Fogueira de São João, comemorado em 24 de junho

       Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira sobre um monte. João Batista foi um pregador judeu, do início do século I, citado pelo historiador Flávio Josefo e os autores dos quatro Evangelhos da Bíblia. Segundo a narração do Evangelho de São Lucas, João Batista era filho do sacerdote Zacarias e Isabel (ou Elizabete), prima de Maria, mãe de Jesus.
       Foi profeta e considerado pelos cristãos como o precursor do prometido Messias, Jesus Cristo. Batizou muitos judeus, incluindo Jesus, no rio Jordão, e introduziu o batismo de gentios nos rituais de conversão judaicos, que mais tarde foram adotados pelo cristianismo. São João juntamente com Santo Antônio são os santos comemorados nas festas juninas.


Fonte:  Wikipédia | São João Batista na Umbanda

quarta-feira, 11 de junho de 2014

13 de Junho - Comemoração de Santo Antônio: Exu no sincretismo


      Dia 13 de junho é comemorado o dia de Santo Antônio, no calendário cristão. Reza que Santo Antônio é Santo Casamenteiro, já que ele entende os problemas sentimentais e materiais do ser humano, assim como Exus.  Para ambos o matrimônio sela um compromisso de continuidade dos homens por meio da família, portanto, aconteceu esse sincretismo.


                            O símbolo deste orixá é o falo, órgão sexual masculino, representando a fertilidade

       Exu é o movimento, a dinâmica da vida , promovendo a intercessão entre Criador e criaturas (comunicação) e a perpetuação dos seres (reprodução).   Suas características são: controvérsias, provocador, brincalhão, astuto, sensual, muitos o associam ao satanás.
       Por ferir a moral cristã, a Umbanda o aculturou como divindade em que se cultuam apenas espíritos homônimos de características analógicas.  
       O Exu é o orixá de ligação entre os homens e os outros orixás. Fato que o coloca próximo dos homens quase como uma cumplicidade, fazendo parte de suas vidas, desejos, ambições, sonhos, alegrias, tristeza etc. Por essa proximidade é chamado de compadre. No sincretismo judaico cristão, Exu foi associado com a imagem de Santo Antônio, sendo Exu o próprio sentido da vida, da criação, do bem viver.


SINCRETISMO

       Durante o período da Escravatura no Brasil, nas senzalas, para poderem cultuar os seus Orixás, Inkices e Voduns, os negros foram obrigados a usar como camuflagem altares com as imagens de santos católicos, cujas características melhor correspondiam às suas Divindades Africanas, e por baixo desses altares escondiam os assentamentos dos Orixás, dando assim origem ao chamado Sincretismo. 
       Mesmo usando imagens e crucifixos, os seus cultos e rituais inspiravam perseguições por parte das autoridades e pela Igreja, que viam o Candomblé como paganismo e bruxaria. Sabe-se hoje, segundo alguns pesquisadores, que este sincretismo já teria começado em África, induzido pelos próprios missionários para facilitar a conversão dos indígenas.
       Conhecendo as característica e atributos de cada Orixá, e conhecendo também os santos católicos, facilmente perceberá as razões que levaram ao Sincretismo ou correspondência de cada Orixá com um determinado santo católico.  

       Abaixo outros exemplos do Sincretismo entre Catolicismo e Religiões de matriz africana:


Fontes:
Candomblé - Sincretismo
Santo Antônio - Exú Bará


Artigo sobre intolerância religiosa aprofundado no Colonialismo

       Em decorrência da decisão do juiz acerca da Umbanda e do Candomblé por não considerá-las religiões, surgiu uma discussão densa sobre intolerância religiosa e protestos por todo o Brasil. No último dia 27 de maio de 2014, o Blog da Redação, do site Outras Palavras, que tem como mote a Educação e Cultura publicou um artigo intitulado "Como descolonizar o Brasil, no século XXI", de autoria de Luã Braga de Oliveira, que alfinetou na legenda:




     Decisão judicial que desprezou religiões africanas não é fato isolado. Para situá-la, é preciso examinar “colonialismo”, um processo cultural muito mais profundo que julgamos - LEIA MAIS

Religiosos da Umbanda e do Candomblé protestam em Brasília

      Integrantes da Umbanda e do Candomblé reuniram-se em protesto ontem, 10 de junho de 2014, em Brasília -DF, contra decisão judicial que negou pedido de retirada de vídeos com mensagem de intolerância religiosa do YouTube.

                                              Foto: ConexaoJornalismo.Com
 


      Confira o artigo publicado na revista Carta Capital, através do Coletivo Intervozes:

"Liberdade de expressão ou discurso de ódio?
Por Ana Cláudia Mielki*

      Religiosos do Candomblé e da Umbanda ocupam Brasília hoje para exigir respeito e tratamento digno às religiões de matriz africana. Vindos de várias regiões do País, o grupo denuncia a sistemática violação do direito de crença e liberdade das minorias religiosas.
      A mobilização foi motivada pelo repúdio à decisão do juiz titular da 17.ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Eugênio Rosa de Araújo, que negou o pedido de retirada de vídeos do YouTube com mensagens de intolerância contra religiões afro-brasileiras. Um dos vários episódios recentes trouxe à tona a discussão sobre o direito à liberdade de expressão. LEIA MAIS

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Juiz volta atrás na opinião sobre religiões de matriz africana

        Depois da repercussão nacional sobre sua opinião, o juiz da 17ª Vara de Fazenda Federal do Rio de Janeiro, Eugênio Rosa de Araújo, reviu os fundamentos da sentença em que havia declarado que candomblé e umbanda não se tratam de religiões e sim de cultos. Segundo a matéria do Globo Online publicada no dia 20 de maio, a mudança de postura foi anunciada em nota divulgada pela assessoria de imprensa da Justiça Federal do Rio de Janeiro.
        No texto o juiz admite o erro e modifica parte do conteúdo da sentença e afirma que “o forte apoio dado pela mídia e pela sociedade civil, demonstra, por si só, e de forma inquestionável, a crença no culto de tais religiões”.
                            Foto: Reprodução Ag. da Tarde / Lúcio Távora  
Caminhada pela Paz reúne manifestações de matriz africana, por todo Brasil

       O juiz não muda, no entanto, o teor da sentença em si. De acordo com a matéria, o magistrado reitera a negativa dada na ação movida pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro que pedia retirada do YouTube de 15 vídeos considerados ofensivos à umbanda e ao candomblé.
       O autor da ação movida pelo Ministério Público Federal que pedia a retirada dos vídeos de circulação, o advogado e babalorixá Márcio de Jagun, recebeu bem a notícia e afirmou que o  reconhecimento do erro é sempre bem-vindo, mas o ideal é que ele não fosse resultante especificamente da pressão popular e que o Poder Público reconhecesse a cultura nacional como parte de seus instrumentos.
      No último dia 21, aconteceu um ato público, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio, para discutir a postura judicial. Para os organizadores do evento, o próximo passo é avaliar as melhores formas de agir para que os vídeos sejam suspensos do YouTube.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Juiz Federal diz que Umbanda e Candomblé não são religiões e gera repúdio

           Segundo publicação do O Globo Online do dia 16 de maio de 2014, o Ministério Público Federal (MPF) do Rio recorreu ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) contra uma decisão em primeira instância da Justiça Federal que não reconhece crenças afro-brasileiras como religiões.

                                                 Foto: Reprodução

          No começo deste ano, o MPF entrou com uma ação pedindo que fossem retirados do YouTube, pela Google Brasil, vídeos considerados ofensivos a umbanda e candomblé. Um dos vídeos mostra a entrevista de um "ex-macumbeiro, hoje liberto pelo poder de Deus". 
          Ao negar o pedido, porém, o juiz Eugenio Rosa de Araújo, da 17ª Vara Federal do Rio, argumentou que“manifestações religiosas afro-brasileiros não se constituem religião”. A decisão diz ainda que essas práticas não contêm traços necessários de uma religião. Ele negou pedido do Ministério Público Federal para que o Google fosse obrigado a retirar 15 vídeos ofensivos às duas crenças do ar.
          A decisão de um juiz federal de negar um pedido para retirada da internet de dezessete vídeos considerados ofensivos ao candomblé e à umbanda, por considerar que não podem ser consideradas religiões, causou indignação entre vários líderes religiosos. As afirmações preocupam líderes religiosos, que temem que decisões como essa estimulem práticas de intolerância, discriminação, ódio e também atos de violência.
         O Ministério Público já reapresentou a ação, criticando as afirmações do magistrado. De acordo com o site Bahia Notícias, a OAB-Bahia repudiou a decisão da Justiça que não considera a umbanda e o candomblé religiões.
        De acordo com o presidente da Associação Nacional de Mídia Afro (ANMA), Márcio de Jagun, Ivanir dos Santos anunciou, em Mesquita, no fórum “Grita Baixada”, a convocação a seguidores de todas as religiões, políticos, artistas e ateus para o “Ato em Solidariedade às Religiões de Matriz Africana”. A manifestação está marcada para quarta-feira (21), às 17h, com local ainda a ser definido.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Homenagem do Afro Saquá à Yemanjá é destaque na Revista Horizonte

           A homenagem feita à Yemanjá foi destaque na revista Horizonte, de março/abril de 2014.



            A homenagem aconteceu no último dia 02 de fevereiro, onde a carreata com imagem de Yemanjá foi de Bacaxá ao centro de Saquarema, na praça do Bem Estar. O que começou como uma ideia simples, acabou tornando-se um marco na cidade.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Afro Saqua promoveu procissão em Louvor a Yemanjá

       A Associação de Cultos Afro-brasileiros de Saquarema promoveu a sua primeira procissão em louvor a Yemanjá, no dia 02 de fevereiro de 2014.
       A imagem saiu 9 horas da manhã em uma carreata,  do terminal rodoviário de Bacaxá, com destino há Praça do Bem Estar, que fica no centro de Saquarema, onde será a concentração.                  Logo após a concentração houve o ritual de oferendas, com grande comoção dos fiéis à "Rainha do Mar".      
      Confira abaixo as fotos do culto a Yemanjá:



Carreata partindo do terminal de Bacaxá

Os fiéis em cortejo pelas ruas do Centro